Conteúdo protegido

O conteúdo explanado neste blogue encontra-se protegido. Qualquer uso do conteúdo deve ser autorizado pelo autor para conceder permissão.

Email: helderreis@animasc.com

domingo, 29 de novembro de 2015

Técnica dos contos


A fantasia como mote no desenvolvimento da criança 

Crescer a brincar 


Os contos, as estórias, são narrativas que fazem parte da vida de todos! Poderão ser perspectivadas como ferramentas/ estratégias  na intervenção psicossocial conducentes  a mudanças desejadas.

Ao passar pelas ruas de Florença, para além de toda a arte renascentista que muito me encantou, não pude deixar de ver a pequena personagem que fez parte da minha vida de criança - Pinóquio.
Revivi a história da marioneta, da capa, dos desenhos , o cheiro a livro velho e das imensas vezes que li incansavelmente! Como gostava daquela história! ... Pinóquio que após algumas peripécias, por se ter deixado levar por prazeres momentâneos percebeu a importância de agir de acordo com determinados valores, nomeadamente, a honestidade transformando, a fada madrinha, Pinóquio num menino de verdade!

Após alguns anos das leituras desse pequeno livro,  com tristeza de lhe ter perdido o rasto, um insight surge entre as minhas sinapses!

As histórias, contos, metáforas são ferramentas que uso enquanto pessoa, animador sociocultural, educador social e hipnoterapeuta. Qualquer destes saberes e/ou metodologias têm como pressuposto capacitar pessoas a darem respostas adequadas, umas mais ou menos sugestionadas, despoletar a criatividade, outras  permitem a introspecção, a reflexão, o mote para um debate... Conquanto, uma técnica fundamental aquando numa intervenção com crianças.


Quando no dicionário procuro metáfora encontro a seguinte definição - “recurso expressivo que consiste em usar um termo ou uma ideia com o sentido de outro com o qual mantém uma relação de semelhança”. Esta premissa permite realçar uma das características essenciais ao utilizar a metáfora nos meus diferentes contextos profissionais -  deverá ser análoga com a experiência do ouvinte, ou seja, a isomorfia. “Ser isomorfa ao conteúdo do problema. Ser isomorfa é ter uma estrutura idêntica ou semelhante”. (Bandler, 1991, p. 189)

Outra característica para a metáfora se tornar eficaz é “oferecer uma experiência substitutiva na qual a pessoa tenha oportunidade de operar a partir de um conjunto diferente de filtros, que lhe possibilita o acesso a escolhas antes desconhecida ” (Idem)

Por fim, a metáfora deve “ oferecer uma solução ou conjunto de soluções para a situação isomorfa, que possa ser generalizada para o problema levando o cliente a fazer mudanças adequadas.” (Idem)

Consciente que a abordagem aqui explanada é redutora, mas certo que as metáforas são veículos para desencadear processos de metamorfose.
A metáfora evoca o nível inconsciente diminuindo as resistências da mente consciente. “Parece haver uma relação entre o que e Milton Erikson chamava de inconsciente e o que os neuropsicólogos chamam de hemisfério direito – responsável pelo processamento artístico e integrativo. Parece que as metáforas se conectam e se utilizam do funcionamento do hemisfério direito, o que ajuda o cliente a liberar a sua criatividade.”[1]

A título de curiosidade "Anna Freud considerou que o método psicanalítico era inaplicável à infância. A autora recomendava ao analista de crianças um papel ativamente pedagógico: ensinar a criança “a conduzir-se perante sua vida instintiva”, influenciá-la no sentido de suprimir impulsos sexuais, a fim de conduzi-los em direção à sublimação. O lugar do analista deveria ser o de ego ideal da criança
por toda a duração da análise, seduzindo-a inicialmente para ganhar confiança..."2


Durante a minha participação no curso de Psicodrama para crianças e adolescentes com o Drº Pablo Alvarez sistematizei alguns conteúdos e alicercei outros.
Acima de tudo o que me ficou na mente é que a técnica que se utiliza com maior frequência com crianças entre os 6 e 9 anos em psicodrama é o duplo, na qual também é permitido ao ego-auxiliar fazer as suas próprias interpretações,  invertendo o papel neutro para um papel activo. Estas situações permitem à criança a concretização e maximizar o seu papel! A técnica dos contos/ histórias utilizando fantoches e/ou marionetas ou simples brinquedos poderão ser um recurso na intervenção com a criança.


Acrescento que todas os contos/estórias devem ser isomorfas, ofereçam experiências diferentes e apresentem soluções ao problema vivencial da criança. Facilmente a criança revê-se abrindo o leque de opções de resposta,  

No meu papel profissional,  a falta de outros profissionais que complementem a equipa no processo capacitivo, utilizo pequenas marionetas  contando contos/histórias  que vão interagindo com a criança promovendo o seu desenvolvimento transversal.





(1) Retirado do site oficial - Instituto Milton Erikson do Rio de Janeiro -  http://imerj.med.br/metaforas.htm

(2) Silvia Regina Antunes Petrilli - PSICODRAMA COM CRIANÇAS: raízes, transformações, perspectivas  - 2002

sexta-feira, 8 de maio de 2015


Hipnose + Psicodrama = Hipnodrama  




"Assim se denomina o procedimento terapêutico em que se combina o psicodrama com a hipnose. O material obtido na exploração hipnótica é depois trabalhado de forma psicodramática e analítica. Há muito tempo não se trabalha mais com pacientes em estado hipnótico.
Na Argentina, Hermínio Castellá iniciou há alguns anos grupos de pesquisa com modernos procedimentos de hipnodrama. Carlos Menegazzo e Gabriel Castellá acompanharam nessa linha de pesquisa. O trabalho é realizado com egos-auxiliares especialmente treinados em auto-hipnose. Isso permite dublar o protagonista, obtendo materiais de seus registos inconscientes. 
Essas explorações podem não só alcançar planos biográficos (por exemplo, a etapa da amnésia infantil), como o plano ancestral do clã, mas também outros planos muito profundos do inconsciente  primordial, descrito no ocidente por Carl Jung. Os materiais assim obtidos são depois trabalhados pelos protagonistas, com a metodologia psicodramática e analítica para a sua elaboração. 
Além da possibilidade de aplicação clínica desses estudos, estamos investigando com uma profundidade cada vez maior, esses planos primordiais, formando sistematicamente investigadores télicos especializados no que denominamos arqueologia psíquica profunda."

Fonte: Dicionário De Psicodrama E Sociodrama
de Carlos María Menegazzo, María Mónica Zuretti, Miguel Angel Tomasini